quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Fim





Vai ser no marco zero, dia 31/12 o último show da turnê do álbum 4. Os recifenses serão os felizardos. Vão ver os Hermanos suando a última gota de suor desse ano que, diga-se de passagem, foi ótimo para nós. Digo “nós”, pelo fato de eu me considerar parte da família hermana, e entender que a família pode ser definida como nada mais do que essa massa que acredita na música feita com alma. 2006 foi o tempo oportuno, o tempo exato para que as canções do “4” fizessem efeito e se dissolvessem em cada um.

Foram poucos os álbuns concebidos assim, transbordando tanto sentimento, carregado de tanta ideologia. As sutilezas quase imperceptíveis dos instrumentais de cada música casando com cada sílaba numa simetria perfeita, tudo do mais certo. Inspirador.

O disco foi feito na medida. Disputou acirradamente o título de “o melhor disco” com o Ventura, outro grande álbum, mas como eu sou suspeito, prefiro não opinar sobre isso. Como sempre disse o “ruivo”: “... a lacuna é o convite, o ruído a sedução...” esse disco veio recheado de lacunas, de espaços a serem preenchidos pelo pressentimento, pela intuição.

Agora no mês de janeiro os quatro voltam a se enfurnar num sítio no interior do Rio de Janeiro para prepararem um novo trabalho. Vão ser aproximadamente 2 meses longe de tudo e de todos, passando o dia inteiro empenhados na lapidação de cada nova canção. A ansiedade é grande, mas a esperança em um novo tesouro musical é maior ainda. Vamos torcer

Somos todos hermanos.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006


Fala pessoal, esperei até os 45 do segundo tempo por um daqueles textos fodas que o Rauzito*escreve tão bem, mas acho que o cara deve ter secado algumas gafarras do bom e velho "sangue de boi" neste Natal...
Eu fiquei só na experiência com cervejas baratas diversas ( schin, Glacial, brahma, Kaiser), tudo ao mesmo tempo agora!!*
Fica aí uma tirinha de Natal minha que foi publicada ontem no Super Notícias!!
* Raul, recebi seu recado de Natal... Só não sei se o meu chegou até vc.
Se não, Feliz Natal pra vc e sua famíla brother
* Não deu pra tomar a velha e burguesa Boêmia, que o Gordinho me apresentou em Sete Lagoas... Mas tudo bem, é Natal!!

domingo, 17 de dezembro de 2006

Como é que é?

Ao contrário do Rauzito, escolhi uma banda...Titãs!!!!
Abraços!

01.você é homem ou mulher? ” Homem Primata”
02. descreva-se: ”Ser Estranho”
03. o que as pessoas acham de você? ”Eu Não Vou Dizer Nada (Além do Que Estou Dizendo)”
04. como descreveria seu último relacionamento amoroso? ”Era Uma Vez”
05. descreva sua atual relação com seu namorada(o) ou pretendente: ”Amanhã Não Se Sabe”
06. onde queria estar agora? ”Sonífera Ilha”
07. o que pensa a respeito do amor? ”Não Vou Me Adaptar”
08. como é sua vida? ”Aqui É Legal”
09. o que pediria se pudesse ter apenas um desejo? ”Qualquer Negócio”
10. escreva uma frase sábia: ”Felizes São Os Peixes”
11. Dar o butão? ”Eu Prefiro Correr”
12. agora se despeça: ”AA UU”

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Eu também não escolhi uma banda, mas sim um cara.

Diga-se de passagem que esse cara foi uma espécie de Jimi Hendrix baiano, o pioneiro do rock no Brasil sem sombra de dúvida.

Foi influencia para grandes nomes da música atual e pra mim também, é claro.

Sem ele a música nesse país não seria a mesma, tenham certeza disso.

Magias, bruxarias, maldições e bizarrices desse tipo eram com ele mesmo, portanto acho que fiz uma escolha propícia.

Já adivinharam? É... Raul Santos Seixas.

01.você é homem ou mulher? ”O homem”
02. descreva-se: ”Sou o que sou”
03. o que as pessoas acham de você? ”Maluco Beleza”
04. como descreveria seu último relacionamento amoroso? ”Tapanacara”
05. descreva sua atual relação com seu namorada(o) ou pretendente: ”Planos de papel”
06. onde queria estar agora? ”No fundo do quintal da escola”
07. o que pensa a respeito do amor? ”Moleque maravilhoso”
08. como é sua vida? ”rock’n’roll”
09. o que pediria se pudesse ter apenas um desejo? ”Não quero mais andar na contra-mão”
10. escreva uma frase sábia: ”Eu sou Eu, Nicuri é o Diabo”
11.quer dar o butão? ”Conversa pra boi dormir”
12. agora se despeça: ”Quando acabar o maluco sou eu”

Acho que deu pra me salvar né?

Fico aguardando a resposta do Alves para indicarmos os próximos 5 amaldiçoados...

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006


É fim de ano de novo, mas confesso que até agora minha consciência não percebeu tal fato. Ainda não avisaram meu espírito natalino, hibernando lá no fundo do guarda-roupa d’alma que é tempo de pensar em coisa legais pra se comprar, em fazer planos para o décimo terceiro, em se entupir de porcarias “comestíveis” que o ambiente nefasto em que vivemos nos impõe consumir, em vislumbrar a possibilidade de uma viagenzinha no próximo mês, mesmo que isso implique coisas que você não tem; como tempo vago para atividades dessa natureza.

Juro que meu corpo pensa que ainda é maio ou junho, e não desacelera. Não sente a mínima vontade de reduzir o ritmo, muito menos se entregar a fadiga dessa época em que estamos. Passo pelas vitrines, vejo os comerciais, participo das conversas, mas nada. Aquele cheiro bom de preparativos, o clima inerente a esse período, o sonho impossível que você tem lá no fundo desde criança (porque quando você nasceu já existia Hollywood) de que caia neve no dia 25 e não exista miséria e fome no mundo nesta data, enfim, essa carga de sentidos distintos que anulam a epifania do Natal, mas colorem o planeta. Pois é, não sinto nada disso.

Talvez a sobrecarga, ou o sobretempo (palavra com a qual defino a imaginária sobreposição do tempo, interrompendo seu ciclo linear e conseqüentemente reciclando-o); ou até mesmo a aptidão de perceber que não se está vivendo, mas se está apenas participando como um coadjuvante da historinha da vida e não há qualquer ferramenta útil ao seu alcance. Ou talvez a ordem natural das coisas, e uma bobagem de grande porte da minha parte, nessa busca por um anestésico barato.

Ao que tudo indica, quando vier o choque, o estalo, o abrir dos olhos, o acordar pra vida, o enxergar o que está abaixo do nariz, eu vou estar ligeiramente despreparado e tudo passará numa velocidade assustadora, impedindo a minha participação efetiva nos acontecimentos da minha própria vida.

Minha segunda consciência – que é quem vos fala – percebe as coisas antes da primeira. Esta última, por trabalhar em tempo integral, passa às vezes por crises como a de agora, e não consegue se desprender do que meu alicerce cerebral pondera como importante. Durante o sono, que é quando deveria acompanhar o resto de mim e descansar, ela continua inserindo funções em células, fazendo auto-somas e vínculos de planilha. Perdeu o juízo a coitadinha?

Sei que o pedaço da vida guardado para conquistas e conclusões está perto de passar pelo tempo presente, da mesma forma que os pedaços do vinil com o refrão e o solo de guitarra passam pela agulha e saem pelas caixas de som. Vai ser como uma projeção real dentro do espelho, com imagens do mesmo tamanho e com um fundo musical. Talvez haja frases entre os intervalos de silêncio – ou de som, se assim se preferir – e mensagens claras dizendo o que se deverá fazer.

Penso que as urgências que tomaram meu tempo sem planejamento por todo o sempre até aqui irão se dissolver no ar, ou pelo menos pesar para um outro lado que não o meu.


REFERENCIAL TEÓRICO:
Segundo cientistas israelenses, em tarefas que exigem muita atenção (como identificar uma imagem em uma série rápida de figuras), o cérebro concentra esforços em áreas sensoriais e silencia uma região associada ao sentimento de introspecção. O que significa que, diante de uma tarefa difícil, você literalmente esquece que a vida existe. (Superinteressante – edição 299 – ago/2006)

He he... é rir pra não chorar. E se você leu esse desabafo até aqui, obrigado.

domingo, 3 de dezembro de 2006

Skank, pra dourar o Domingo...



Mil Acasos
Samuel Rosa e Chico Amaral

Mil acasos me levam a você
O sábado, o signo, o carnaval
Mil acasos me tomam pela mão
A feira, o feriado nacional
Mil acasos me levam a perder
O senso, o ritmo habitual
Mil acasos me levam a você
No início, no meio ou no final
Me levam a você
De um jeito desigual
Mil acasos apontam a direção
Desvio de rota é tão normal
Mil acasos me levam a você
No mundo concreto ou virtual
Me levam a você
De um jeito desigual
Mil acasos me levam por aí
Na espuma do tempo, no temporal
Mil acasos me dizem o que sou
Ateu praticante, ocidental
Me levam a você
De um jeito desigual
Quem sabe, então, por um acaso
Perdido no tempo ou no espaço
Seus passos queiram se juntar aos meus
Seus braços queiram se juntar aos meus