sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Minha literatura não me serve se não houver dor pra curar. Não há entretenimento que mereça meu esforço literário se não for o de remediar a vida com palavras. Há quem escreva para provocar o riso dos outros, para instigar o sentimento de patriotismo, para delatar más ações, para engrandecer o ego alheio, para proporcionar auto-ajuda e outras muitas coisas sem valor, mas eu não. Eu só escrevo para sarar a mim mesmo. Minha literatura é auto-medicinal e qualquer tema que eu venha abordar – por mais que cause riso, orgulho, dúvida, medo ou alegria a outrem – não tem outro objetivo que não seja o de me remediar.

Certamente remedia-se aquilo que não se preveniu, e eu, propositalmente, deixo tudo acontecer para que seja preciso um remédio e para que a minha escrita, consequentemente, tenha o seu porquê de existir. Às vezes faço meu curativo com as mesmas palavras com que me corto.

Sem medir, sem mediar, sem despertar, sem me mover.

Eu quero uma solução para a minha condição.

Percebo minha escrita com o repúdio da lucidez, com a capacidade de julgamento ponderado, com a consciência da justa avaliação. Sei que o meu quase-tudo não é nada. Sei o quanto não se satisfazer com palavras e o quanto não saber sobre o infinitivo “escrever” dói. Posso pressentir o incômodo das vezes em que irá voltar a sensação de impotência diante dos escritos passados. É um sintoma que se antecipa como uma flor que cresce já sabendo ser o adubo que a terra espera.

“Ler mais, escrever menos”, se fosse fácil como parece já teriam resolvido meu caso. Doença sem cura? Talvez um caso que esteja se tornando clínico...

Mas mesmo assim eu continuo. Terapêuticamente.

sábado, 20 de setembro de 2008

ELEIÇÃO




Bom, pessoal... É isso aí.

Estou participando de mais um concurso e desta vez tem votação pela internet para escolha dos melhores trabalhos! Meu trabalho está entre os 20 melhores, agora é partir pra reta final... Ré,ré!!


O concurso é promovido pela FNAC e é um estímulo aos novos talentos do quadrinho nacional.


Conto com o voto e a torcida dos meus amigos e leitores deste blog!!


Ps. Dá pra ver que não tenho nenhum cacoete de político, né?Ré,ré!

Ps.: Quem é leitor(a) assíduo(a) deste blog, vai ver que se trata de uma adptação de um texto que publiquei aqui meses atrás.


trat

domingo, 14 de setembro de 2008

AO ACASO...

[Eu nunca percebi. Nunca mensurei a falta que você me fazia. Nunca me dei conta do vazio que existia no antes, da urgência que havia de eu te conhecer. Uma urgência desconhecida, um débito que o que o tempo e o acaso tinham comigo por não terem feito com que batêssemos de frente mais cedo.]

[Porque se tudo veio a acontecer agora deve haver um motivo. Porque talvez não tivéssemos a mesma aptidão um para o outro como temos agora. Porque as coisas acontecem no instante exato em que estamos sem defesa.]

[É como me sinto: desarmado diante da força do acaso, impotente frente à rajada de boas eventualidades que tem me acontecido. Desfruto dos prazeres de uma boa companhia e do diálogo sensato que ela me oferece.]

[Sei que aproveito melhor a existência porque o estado de transe em que imagino estar me permite medir o passar tempo não através de minutos, mas através de carícias, sussurros e sorrisos.]

[... e só mesmo tendo o estado de consciência ligeiramente alterado é que gastaria meu precioso tempo escrevendo essas coisas.]

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Dessa vez deu certo...

Depois de muita ralação e ensaios em horários e lugares inconvenientes...

Nonada: 3º lugar no Festival da Canção de Lagoa Santa – 2008 com a canção "Eu não sou daqui" e Prêmio de melhor instrumentista para nosso baterista, Tiago Alencar.








Tiago Alencar




Raul Mariano




"...eu vou fugir pra bem longe daqui..."



Guilherme Sigiliano




Wandick Senna



"A platéia"



Nonada


Nosso muito obrigado a todos os que compareceram ou que, mesmo de longe, estiveram pensando positivo.

"... banda nonada chegou com gasolina e colchão..."

Para saber mais: http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/banda_nonada/

sábado, 6 de setembro de 2008

Rua Boaventura

Rua Boaventura

Da janela do apartamento
Ele via surgir mais um dia cinzento
As cores e as alegrias iam na roupa da menina
Parada no ponto de ônibus
E os ônibus eram todos azuis
Da cor do dia que não se abriu
Da cor do céu que não sorriu
As cores e as tristezas iam presas na retina
Ele vai fazer um café?
Quem sabe? talvez...
Brincar com Letícia?
Ela ainda dormia, seus olhos de gata
Ainda sonhavam
Suspirava...
Ele sorria e pegava na tela de proteção
Sujava suas mãos com a fuligem
Puxava para os pulmões os pedacinhos da cidade
Ele não estava ali
Não estava ali
Estava ali
Ali




* mais uma letra esperando uma canção... Ré,ré

terça-feira, 2 de setembro de 2008