segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
2007 me gusta muito!!
A relação tá no link abaixo!!
É isso aí!!
Um abração pessoal!!
http://humor.uol.com.br/album/talentos_2007_album.jhtm
sábado, 29 de dezembro de 2007
sábado, 22 de dezembro de 2007
Iluminado
Longa vida aos que buscam fazer música de verdade.
(Inspirado no Blog do André)
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Caso conjugal
Malvina era alta, branca, tinha olhos castanho-claros e cabelos pretos como a noite. Não possuía vícios além do vício da precaução: pensava que cuidado em excesso a privaria sempre de desgostos na vida, distúrbios da saúde, constrangimentos nas relações sociais.
Já se havia passado mais de nove anos de união e a relação do casal parecia estar bastante saturada. O tempo fez com os dois o que faz com todo mundo. Mostrou todos os lados, todos os ângulos do ser, sem cortes. Mostrou, de um para o outro, as cicatrizes feitas por eles mesmos, as esperanças mortas, escritas como um dístico na testa do outro. O tempo, esse estraga-prazeres, levou as poucas surpresas embora. Revelou que o que havia por descobrir já havia sido descoberto. Até mesmo o “por fazer”, que carregava um caráter de obrigação, perdeu o peso. Como uma parede de sala por pintar, que o passar dos anos acaba amarelando e o amarelo se torna uma cor de conformação, uma cor de “deixa como está que é melhor nem mexer”.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Requiém Do Pequeno
Te sobra a pequeneza, as pequenas certezas
Como Agenor dizia
A vida não te intoxica enquanto contas trocados
Não vês o anzol e a linha da vida que passa ao teu lado
Te falta subir ao mais alto, te falta descer ao mais baixo
Te sobra a maldita prudência, alegrias compradas a prazo
Ao invés de viver, sobrevives, sacrificas o essencial
Não choras de dor em finados, não gritas de amor carnaval
Cometes então, que surpresa!O sacrilégio final
Não vês a fugaz e humana beleza e sonhas em ser imortal
Ps.: Ganha um doce quem adivinhar de quem é esta letra...
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
DECLARAÇÃO
Agora eu vi que, contraditoriamente, foi você quem saiu ganhando. Nessa brincadeira foi um tanto de você que acabou se impregnando em mim. Ou então, sem perceber, você saiu levando um pedaço meu; covardemente.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
domingo, 14 de outubro de 2007
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Eu não sou daqui
(É interessante ouvir a música num fone de ouvido porque essas caixinhas tradicionais de computador não emitem o grave direito e você não vai conseguir ouvir o som do contra-baixo. A não ser que você tenha caixas de home theater no seu PC.)
EU NÃO SOU DAQUI
Eu não sou daqui, eu sei
Eu não pertenço a este lugar
P’ronde eu devo ir, não sei
Eu sei que eu não devo ficar
Onde está o abrigo mais seguro pra eu poder morar?
Mandem construir um muro impossível de saltar.
Hoje eu vou dar uma festa
e não vou convidar ninguém
E ninguém vai perceber
que eu estou longe de mim também;
Já faz tanto tempo que venho tentando me encontrar;
me perdi sozinho e sem caminho,
onde eu vou caminhar?
Eu vou fugir pra bem longe daqui
Pra onde nem eu mesmo possa estar
Eu vou fugir pra bem longe daqui
Pra um mundo onde ninguém possa me encontrar.
Meus amigos dizem que se eu não mudar, acabo só;
Mas que vida é essa que me priva do sonho maior
Que é seguir o rumo que encontrei para ser o que eu sou
E andar mesmo sem saber pra ver até aonde eu vou.
Eu vou fugir pra bem longe daqui
Pra onde nem eu mesmo possa estar
Eu vou fugir pra bem longe daqui
Pra um mundo onde ninguém possa me encontrar.
Clique aqui para baixar!
sábado, 22 de setembro de 2007
Mais uma canção
Diamantes cortando corações
De dentro pra fora
Ninguém vê –Nem sente
Seu sorriso rupestre
Nos bares de uma porta só
Nas ruas estreitas
Estas ladeiras que vão dar no céu
Seu sorriso rupestre
Toco o velho violão com os olhos
Como sempre toquei
Minhas mãos tocam
Você
Como nunca toquei
Saudades de um tempo que ainda não veio
De ver no meio do azul
Seu sorriso rupestre
sábado, 15 de setembro de 2007
Triste é saber a tristeza que há de chegar logo, com a noite; e não poder domá-la, mesmo que por amizade e apego; como um domador doma os leões. Triste é não saber desinventar o medo que nos invade, faz morada em nós; se reproduz por dentro, e nos faz seguir serenos, como um rio.
Triste é viver a lucidez imbecil da vida: perceber entre as frinchas das gavetas avisos e previsões; tendo que esperá-los acontecer por não haver forma de se desmaterializar e estar fora do plano terrestre por uma mínima fração de segundo.
Triste é poder contar o tempo que sobra sem fazer juízo do tempo que falta.
Triste é esperar pelo que já aconteceu acreditando que irá acontecer de novo.
Triste é ter um texto inteiro feito apenas por palavras rudes e infiéis, palavras desobedecem ao significado que carregam, vão contra o próprio sentido até perderem sensibilidade. Sem nada sentirem.
Triste é pensar no pouco valor que há nas palavras que jogamos para fora de nós, na tentativa de forçarmos nossa continuação (tentando existir através delas) nas gerações que virão.
Triste é não saber medir. Triste é não conseguir duvidar.
Triste é suplantar a vida com alegria de mentira. Triste é pular carnaval, ser parcela de multidão, se dissolver, homogeneizar-se.
Triste é olhar pra realidade e ver que a vida não passa de uma função do 1º grau.
Triste é repetir no mesmo texto, por centenas de vezes, a palavra vida. A palavra vida é triste em qualquer contexto.
Triste é ouvir o poeta gritar: “Eu posso amar quem eu quiser!” e saber que o poeta é triste.
Triste é não dar a mínima para as pessoas que pensam que você escreve demais sobre coisas tristes.
Triste é se enganar mudando apenas as fronteiras de lugar. Triste é perseguir a inteligência salutar.
Mas triste mesmo é acreditar no, sonhar com e esperar pelo: teletransporte.
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
A Falcatrua!
Falcatrua e o Pau de Arara Espacial é um disco inteligente, carregado de uma brasilidade particular, que poucas bandas carregam. O disco é um daqueles trabalhos que fazem você acreditar que (ainda) vale a pena fazer rock no Brasil.
Divirtam-se!
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
A Rotina dos Sonhos...
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Mais uma letra...
Ela não disse nada
Ela brincou com os vãos
Entre as palavras
E se mandou
Ela não disse nada
Nem sim, nem não
O vazio que se projetou da sua boca
Fez calar tudo ao redor, como uma oração
Ela não disse nada
E agora quem caminha em silêncio
Sou eu
Carregando no peito o estandarte da mudez
Sem nada no peito para bater
terça-feira, 14 de agosto de 2007
segunda-feira, 30 de julho de 2007
É na praça, é de graça!
(Se Deus quiser não vai chover...)
Quem viver ouvirá.
Apareçam!
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Idioma
Mesmo nessa minha condição de homem-sem-assunto é difícil imaginar que emane de mim qualquer linguagem que não seja sonora, mas acho que a falta de palavras também é um idioma.
quarta-feira, 11 de julho de 2007
terça-feira, 3 de julho de 2007
segunda-feira, 2 de julho de 2007
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Duas Canções
DEIXA O SOL
Deixa o sol morrer
Que a noite quer chegar
Preta sem saber
Do astro- rei- solar
Deixa escurecer
Terra, céu e mar
Que ele vai saber
Qual caminho andar
Ir subterrâneo
Encontrar mil outros corações
Deixa a lua sorrir no céu
Deita em minhas mãos
Porque já é hora de dormir
Sonhar com as estrelas
Que ainda estão por vir
PARA COMEÇAR O DIA
Fecho os meus olhos
Para começar o dia
Para ver por dentro de mim
Onde guardei seu sorriso
Seus olhos sob seus óculos
Suas janelas sob seus olhos
Seu silêncio vai por detrás das janelas
Eu sei
Ah, quem diria?
Já não tenho marcas no pescoço
Aquele dia,lembra?
Mas ainda penso em você
Você...
quarta-feira, 20 de junho de 2007
ACONTECIMENTO
seca no Antigo Testamento.
O maná e a vara dentro da urna
de ouro
desaparecem. Na planície
balouça unicamente
o berço
de feno, concha lumiada
pelo clarão do Paráclito
que é justiça e consolo,
com uma cruz dormindo entre cordeiros.
Nova palavra - Amor - é descoberta
nas cinzas de outra igual e já sem música.
Desde então, fere mais a nostalgia
do sempre, em nosso barro.
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Escapada
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Curva do Rio
terça-feira, 29 de maio de 2007
Pais e Filhos
segunda-feira, 21 de maio de 2007
CORUJA
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Letra e música
NINGUÉM ALI
Lá fora a rua vazia em si
E os corações sobre as calçadas
Penso nas noites que vivi
No que passou, o que sobrou do nada.
Não é possível terminar assim
O nosso amor, a nossa estrada
Ninguém ali foi ver o fim
Ninguém chorou de madrugada
E o seu diário continua aqui:
Nenhuma página rasgada
E as suas dores não senti (eu sei)
Eu acordei na hora errada
Quando parei e decidi
Eu quis correr pelas escadas
Trazer você de novo aqui
Dois corações sobre as calçadas
E o seu diário continua aqui:
Nenhuma página rasgada
E as suas dores não senti (eu sei)
Eu acordei na hora errada
Para baixar a música clique aqui
quarta-feira, 9 de maio de 2007
Novidade
Rodrigo Amarante está com uma música nova transitando pela web. Trata-se da bela "Evaporar", canção que ele gravou no último disco do guitarrista carioca Lanny Gordin.
Para baixar é só clicar aqui
Podem me agradecer agora.
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Recesso por tempo indeterminado. Essa pequena frase deixou muita gente preocupada. A banda anunciou no último dia 23 que vai paralisar as atividades por um tempo e não há previsão para lançamento de novo disco. A esperança é que haja, durante o "período ocioso", trabalhos paralelos pipocando pela web, já que não dá pra imaginar nenhum dos 4 barbudos fazendo alguma outra coisa que não seja música.
Bruno Medina, tecladista da banda estreiou uma coluna no site da globo (Instante Posterior), onde pretende escrever com regularidade, diferentemente de seu primeiro blog, o Instante Anterior.
Fica, então, a esperança de que tudo volte a normal rapindinho, e a gente volte a se encantar com boas canções. É... pode ser que a maré não vire, mas pode ser também que tudo seja como era antes. Pode ser que a vontade de fazer música com o coração renasça dentro de cada um. E que nossas vidas voltem a ser regadas por músicas carregadas daquele sentimento bom que a gente bem conhece.
(Enquanto isso, a vontade que está faltando em uns e outros está sobrando na gente.)
Pieguices à parte, somos todos hermanos.
quinta-feira, 3 de maio de 2007
O FIM ERA OUTRO
Ré,ré...
quinta-feira, 26 de abril de 2007
PEDRA BRANCA
Pedra Branca
Pedra de amolar
Pedra de jogar
Pedra de tocar
O meu coração
Para outro lugar, muito além de lá
Pedra Branca
Triste é o meu olhar
Ao te ver passar
Seus cabelos pretos, muito além de lá
Pedra branca
Céu azul passou por mim
E nem sei se sorri
Só sei de você, nos meus olhos pretos
Muito além de lá
Pedra Branca
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Nossa classe
Paul McCartney:
Hoje, com 65 anos de idade e fôlego de menino, o cara ainda continua fazendo jus à fama que possui: lança em média um disco por ano, está sempre compondo novas canções e faz shows incansavelmente - mesmo não precisando, afinal ele é co-fundador da banda de rock mais popular que já existiu na face da terra e poderia viver tranquilamente administrando a fortuna que conseguiu fazer, além de encher o bolso com tantos tributos, coletâneas e homenagens feitas aos Beatles.
Jimi Hendrix:
A foto acima é auto-explicativa. É um pouco difícil discorrer com originalidade sobre quem foi e o que Hendrix representa na música contemporânea. O simples fato é que o sujeito REINVENTOU a forma de se tocar guitarra e depois dele o rock (pra não dizer “o mundo”) nunca mais foi mesmo. Resumindo: é Deus no céu e Jimi Hendrix na terra.
(Se bem que agora não dá pra saber ao certo onde ele está... talvez no céu também, solando entre as estrelas...)
Toni Iommi:
Já ouviram falar em Heavy Metal? Pois é, o pai dele se chama Anthony Frank Iommi. Nasceu em 1942, na Inglaterra. Começou a tocar guitarra aos 12 anos e alguns anos depois viria a se unir com mais três amigos, dentre eles um tal de Ozzy Ousborne, e formar uma banda de rock cujo nome viria a ser Black Sabbath. Nada de anormal até aí, não fosse o formato em que as músicas eram concebidas. Graças a Toni, as canções eram mais pesadas do que qualquer coisa que alguma banda havia feito antes. O canhoto criou os riffs mais obscuros e fantasmagóricos que alguém já havia ousado fazer, e só depois dele é que o Metal se tornou uma vertente oficial do rock e assim vieram safras de bandas que trouxeram nomes como Iron Maiden, Metallica, AC/DC, etc.
Kurt Cobain:
Louco, viciado, depressivo, suicida, mas muito criativo e, é claro, canhoto. Essas seriam as definições que caberiam perfeitamente para tentar entender quem foi Kurt Cobain, líder do Nirvana. Apesar de todo o sofrimento pelo qual Kurt passou aqui e a forma como morreu, sua imagem ficou eternizada. É certo que todos os músicos dessa lista deixaram ou estão deixando seus nomes escritos na história da humanidade, mas o de Cobain, devido à forma como ele conseguiu ressuscitar o espírito quase morto do rock nos meados da década de 90, vai ficar salvo em negrito, sublinhado e em caixa alta.
Omar Rodriguez Lopes:
Esse mexicano magrelinho aí já está sendo considerando por muitos críticos o Jimi Hendrix do novo milênio. Por quê? É só pegar o “De-Loused In The Comatorium” (último disco da banda dele: o The Mars Volta) pra ouvir que você vai entender. O disco já nasce com toda uma aura mítica a seu redor, sintetizando o modo como a banda soa a maior parte do tempo: hard rock com um passado punk, provido de enxertos de polirritmia, jazz fusion clássico e pirações dub. É uma bagunça desconexa, que em algum ponto aterriza sobre a própria cara. Todos os estilos musicais apreciados pela banda são costurados num modelo único e bizarro, disfuncional e alienante como as peças de arte mais inquietantes de algum modo se prestam a ser. Como se fosse indicativo de sua amplitude e intenção, o disco é denso, inóspito nas primeiras audições. Um verdadeiro laboratório onde a guitarra sofre as mais impensáveis metamorfoses sonoras. Originalidade em estado puro.
Edgar Scandurra:
Não dava pra esquecer desse super guitarrista que merece lugar de destaque por ser brazuca (e canhoto, é lógico). Scandurra, como todos sabem, é guitarrista do Ira!, banda paulista dona de clássicos do rock brasileiro que influenciaram a mim e à juventude de muitos “amigos mais velhos” que tenho. Além do Ira, Scandurra ainda tem um projeto paralelo chamado “Benzina” (nome sugestivo né?) que mistura música eletrônica e muita guitarra. Dentre os canhotos citados aqui, ele é um dos mais habilidosos e, contraditoriamente, o único que não inverte as cordas da guitarra pra tocar, o que torna a execução da música algo ainda mais cabuloso. Enfim, é talento que não acaba mais.
E viva a minoria!
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Pétalas
Pétalas (Nando Reis)
Sou um homem que tem sobre a pele
pétalas
que tem sobre as unhas espinhos
cobrem o coração tantos nervos
sobram aos olhos delírios
Sou um homem que tem como portas janelas
de quem como a fome
carnívora
dorme na escuridão dos milagres
e cresce na geração dos seus filhos
e a mãe trago em mim também
sem sua mão, vou buscar caminho
no amor que desfaz meu ódio
nos meus olhos, retrato vivo
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Animal
terça-feira, 3 de abril de 2007
...
Há um medo de seguir a sina que é sentenciada quando se percebe que um dia de chuva não te tira da rotina, mas de faz cair em outra rotina: a que você criou para os dias de chuva. Há uma busca profunda por respostas nesses momentos breves de sensibilidade apurada em que você, numa atitude não menos rotineira, pára e começa a pensar no que está fazendo aqui, interagindo, aceitando, contribuindo, produzindo, solúvel, ainda.
Você se olha: és razoavelmente jovem, não tens vício algum (pelos menos vícios prejudiciais à saúde), tens saúde estável, moradia estável, posição estável no grupo social em que está inserido, (até situação financeira estável você tem!) e tanta estabilidade te incomoda.
O momento presente é confortante e estável. Não obstante, a rotina do dia de chuva (menos presente, mas não menos rotina) te permite perceber que um ar mais umedecido e tristonho faz seu lado melancólico florir. O dia pede um livro e muitas horas para leitura, pede um violão afinado, pois o primeiro acorde já vai trazer uma canção bonita e propícia, pede comida mais mineira do que a de todos os dias, pede leite e biscoitos. (mesmo sendo a cadeia das horas pequena demais para a realização de tudo que é pedido nesse dia).
A aura de nostalgia também é uma aura de proteção; pois o sol não dá as caras ao longo do dia e sua pele, se falasse, agradeceria por isso. O cair da noite não anula os desejos, ao contrário, traz o sono mais proveitoso que se pode ter. E as conclusões típicas da noite, se não chegam, não pioram em nada sua vida: podes sonhar com as coisas inconcebíveis que talvez você nem tenha desejado tanto, mas que com certeza você nunca terá.
Há ainda um quê de introspecção nas coisas mais fugazes, e por perceber isso apenas nesses momentos, você se sente um idiota inculto e medíocre que vive caindo em armadilhas criadas pelos seus semelhantes. A trapaça também vive presente em quase tudo, mas isso você já sabia, e ainda assim fingiu não ver.
No fundo você sempre soube que a vida não tem cura, e que o cantar do qual você fez alicerce pra edificar o mundo feito à maneira mais simples, com as coisas que você acreditava, não pôde ser ouvido. E sabe que se você for mais sincero do que otimista, vai descobrir que não pode ser ouvido por quase ninguém.
O que é que figura esse estado?
Se for um sentimento desconhecido é provável que alguma coisa diferente aconteça e algo seja modificado nos arredores. Se não for, a porta do comodismo vai ficar mais larga e é possível que o medo inerente aos dias de chuva passe assim a ser rotina (e deixe de ser medo).
segunda-feira, 26 de março de 2007
O QUE VOU FAZER
É quebrar meu violão
Jogar pro alto os mil pedaços do meu coração
Tudo que quero fazer depois desta canção
É não deixar nenhuma rima rimar no meu peito
E esquecer você, pode ser?
Quando tudo silenciar dentro de mim
O que vou fazer é dizer sim para o novo
O que vier depois de você
O fim
sexta-feira, 23 de março de 2007
SUPER BACANA!
Agradecimentos especiais à nossa companheira Liliane Pelegrini, por estar colaborando tanto com a disseminação das boas palavras mantendo esse espaço cultural tão útil e valioso (valeu Lili!).
Para conferir o texto com o layout do jornal e perceber como o Alves está realmente ficando famoso, basta clicar aqui
E sinceramente, isso não é o máximo?
sexta-feira, 16 de março de 2007
quarta-feira, 14 de março de 2007
1 ano!
Tentaremos continuar mantendo o trabalho dessa tripulação que busca colaborar com a tentativa de difundir boas idéias por aí.
Em breve (e talvez mais breve do que vocês possam imaginar...) traremos surpresas boas para compartilhar com todo mundo.
Parabéns pra nós!
Até.
segunda-feira, 12 de março de 2007
Correlações
Felizmente, essa parte triste da história foi compensada com a mais bonita das recompensas que me foram trazidas por essa humilde empreitada. Uma frase de Paulo que se tornou quase uma ideologia de vida:
"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."
Só a partir daí é fui entender porque Chico César, na excelente canção “Beradêro”, citava o nome do professor.
BERADÊRO
Os olhos tristes da fita
Rodando no gravador
Uma moça cosendo roupa
Com a linha do Equador
E a voz da Santa dizendo
O que é que eu tô fazendo
Cá em cima desse andor
A tinta pinta o asfalto
Enfeita a alma motorista
É a cor na cor da cidade
Batom no lábio nortista
O olhar vê tons tão sudestes
E o beijo que vós me nordestes
Arranha céu da boca paulista
Cadeiras elétricas da baiana
Sentença que o turista cheire
E os sem amor os sem teto
Os sem paixão sem alqueire
No peito dos sem peito uma seta
E a cigana analfabeta
Lendo a mão de Paulo Freire
A contenteza do triste
Tristezura do contente
Vozes de faca cortando
Como o riso da serpente
São sons de sins, não contudo
Pé quebrado verso mudo
Grito no hospital da gente
Iê iê iê, iê iê iê
Iê iê Iê, iê iê iê
Catulé do Rocha
Praça de guerra
Catulé do Rocha
Onde o homem bode berra
Bari bari bari
Tem uma bala no meu corpo
Bari bari bari
E não é bala de côco
São sons, são sons de sins
São sons, são sons de sins
São sons, são sons de sins
Não contudo
Pé quebrado, verso mudo
Grito no hospital da gente
Palavras para transbordar o coração...
quarta-feira, 7 de março de 2007
1973
1973
Não sou homem de chorar, nem de sorrir sem a justa causa. Gosto é dos descaminhos. Os avessos. Por isso dei de encostar aqui na Vereda Morta. O tempo passando translouco, ora passado, ora futuro. Diversas saudades, num só lugar. Pedacinhos da gente espalhados por toda parte, o arraial dando conta de tudo. Ou foi por conta do sorriso dela? Anézia. Quando ela se sorria, tudo se aquietava, eu parava num desexistir. Transe. Urubu solto no céu, os altos pensamentos. Agora clareio minha idéia, campeio meu juízo. Anézia... O sorriso dela. O dia que cheguei aqui na Vereda Morta ficou cravado na memória. Os cachorros dando seu alerta, as muitas caras curiosas, o silêncio escrito nos olhos do povo do lugar. Relembro. Um bichinho quis pousar em mim, desfez vôo e foi dar no ipê de frente a vendinha. Tudo mantendo a prudente e mineira distância. Dei de seguir aquele insetozinho, fiz caminho da venda. Vendinha comum, no trivial dos Gerais. Cerquinha de bambu, panelas, canecas, cabaças e uma placa da Coca-cola no alto da porta destoando do de-redor. Essas modernidades... Lá dentro um balcão já comido de cupim, e um velho por detrás -Seu Geraldo. Vi-nem-vi, já era tarde. Só Anézia cabia nos meus olhos. Sentada no cantinho da venda. Ela e o livro, os dois como um só. Mãozinha preta dela segurando o livro. Perdida naquele mundo, lia e se sorria. Foi aí que fiquei aqui, meu coração criou raiz. Agora lembro. 1973.
sexta-feira, 2 de março de 2007
das coisas que acontecem
Ela carregava no corpo um rosa dos ventos
E perdi pra sempre a direção
terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
Certas canções...
Tema em Sol Maior
Foi aquela saudade
Que morava no preto dos olhos dela
Que se mudou aqui pra dentro do meu peito
E fez correr meu coração pelo mundo
(Meu coração errante errou mais uma vez a direção?)
Foi a lágrima solitária que ela deixou cair
Que me fez mergulhar na correnteza dos seus sentimentos
E nunca mais voltar à tona
Sumir
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
Sonho bom
“... Coisas de amor são finezas que se oferecem a qualquer um que saiba cultivá-las, distribuí-las, começando por querer que elas floresçam. E não se limitam ao jardinzinho particular de afetos que cobre a área de nossa vida particular: abrange terreno infinito, nas relações humanas, no país como entidade social carente de amor, no universo-mundo onde a voz do Papa soa como uma trompa longínqua, chamando o velho fraco, a mocinha feia, o homem sério, o faroleiro... todos que viram a banda passar, e por uns minutos se sentiram melhores. E se o que era doce acabou, depois que a banda passou, que venha outra banda, Chico, e que nunca uma banda como essa deixe de musicalizar a alma da gente.”
Carlos Drummond de Andrade Correio da Manhã, 14/10/66
O texto acima se encontra na íntegra no site de Chico Buarque. Pra quem ainda não viu, vale a pena dar uma passada lá e conferir. A primeira canção, fazendo surtir os primeiros efeitos. Talvez nem o próprio poeta, na sua “previsão do futuro” feita meio inconscientemente soubesse o que ainda estaria por vir trazido por Chico e sua boa música.
Selecionei a parte do texto que, na minha humilde opinião, é mágica, afinal, Drummond falando sobre Chico, parece até sonho.
terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
Notícias de Terras não civilizadas II
Como diz a letra da música “ê batumaré”, de Hebert Vianna, é sempre bom voltar. Bem, como bom representante do proletariado que sou, passei as minhas férias trabalhando, desenhando principalmente. Mas nada que me impedisse de capinar o quintal lá de casa, função que exerci feliz e cantando canções da moda, nunca esquecendo de agradecer a cada novo calo estourado nas mãos. Confesso que estava ansioso para voltar a escrever aqui no blog, saudadezinha que mato agora.
No que diz respeito a minha pessoa , lá em casa me disseram que eu não parava de me balançar naquela cadeira que me arrumaram. Também o que queriam? Aquelas cadeiras são feitas pra isso, não? E a mania que tenho de desenhar com a língua pra fora, tipo o cebolinha bolando seus planos infalíveis? Foi um custo me conter diante das câmeras. Maldito Maurício de Sousa, sua influência em mim vai além do traço.
Bom pessoal acho que já falei por demais, encerro esse post dizendo que o desenho (feito nas férias) acima foi premiado em 1º Lugar na categoria quadrinhos na 2º Mostra Nacional de Humor de Varginha. Agora sou um cartunista intergalático!!
terça-feira, 30 de janeiro de 2007
Dra. Isabela
(Ela entraria triunfante, deixando um rastro de beleza comovente. Era a dona do mundo, pelo menos pra mim, ou pelo menos do meu mundo).
Eu quisera estar ali novamente por tantos motivos depois da primeira vez, que não lembrava ao certo se as coisas que agora me moviam eram as mesmas de outrora.
A ansiedade e a alegria em saber que a veria de novo - mesmo que por um pequeno intervalo de tempo num dia de trabalho - já se confundiam, no entanto eu sabia que aquilo era só uma forma tímida de manifestação da minha esperança. Aquela esperança que viaja pelos campos do improvável e resiste; que se considera suscetível a participar da realidade, que dorme quietinha lá no fundo e eclode só em momentos como esse.
(Ela me conduziria outra vez).
Não fosse seu jeito suntuoso de se vestir, o jeito calmo de andar, a mansidão do olhar e a paz que sua voz carregava, não fosse isso minha atenção estaria voltada para outro lado. O lado pelo qual um paciente normalmente procura um médico: para se tratar, oras. De fato, foi esse o motivo do primeiro contato.
Nunca pensei que descobrir os milagres da dermatologia pudesse ser algo tão prazeroso e inspirador. A surpresa vinha para compensar o preço da consulta – pensei na primeira vez – e depois se somar ao prejuízo financeiro.
Dra. Isabela se mudou para o Recife há duas semanas. Fui seu primeiro paciente em 2007 e a consulta foi nosso último encontro. Ela me deu o telefone de duas amigas médicas com a mesma especialização, e já com voz de despedida disse que eu “estaria em boas mãos” depois que ela partisse. A vontade de dizer (gritando), como num filme, numa cena em câmera lenta: “Please, don’t go away!” veio na boca, tentou sair. Felizmente o conjunto de sensos e experiências que formam o caráter humano e denominam o conceito de ridículo me impediram de agir de tal forma.
Agora, que ela está longe pra caramba daqui, a solidão passou a vir de guarda-pó branco, passear pelas tardes dos meus domingos.
segunda-feira, 22 de janeiro de 2007
segunda-feira, 15 de janeiro de 2007
Ao vivo!
sexta-feira, 12 de janeiro de 2007
Na tela da TV, no meio desse povo...
Falando sério: Ele vai estar no programa Brasil das Gerais, da Rede Minas, que será gravado nesta 2ª feira dia 15/01/07. As discussões serão a respeito de charges e o programa contará com a presença de chargistas de renome. O dia da exibição ainda não sei, mas quando souber aviso aqui.
Até...
quinta-feira, 4 de janeiro de 2007
Ontem, Saddam Hussein foi enforcado por volta das 6 horas em Bagdá. Com isso, mais uma medida tomada pela lei em prol do estabelecimento da justiça foi publicada para o mundo.
Ontem, mais uma vez a palavra morte ecoou no ocidente para nos lembrar que a guerra no oriente até hoje não terminou.
Ontem, a catarse que efetivamente causou alívio ao coração de uns muitos esteve longe de proporcionar a paz a quem demasiadamente necessita.
Ontem, a Organização das Nações Unidas - uma instituição internacional formada por 192 Estados soberanos, fundada após a 2ª Guerra Mundial para manter a paz e a segurança no mundo, fomentar relações cordiais entre as nações, promover progresso social, melhores padrões de vida e direitos humanos – mais uma vez não contribuiu com absolutamente nada para que o terrorismo no mundo matasse menos inocentes.
Hoje amanheceu de novo no Brasil e tudo era verde. Não havia cheiro de fumaça, nem barulho de bombas, nem mísseis cruzando o céu de madrugada, nem crianças mortas ou mulheres chorando. Já haviam desligado a TV. E ninguém mais se lembrava de ontem.
Se o tempo é linear, como pode o ontem nada interferir no hoje?