Admito minha falta-de-palavra com o mesmo pesar de um pai que deixa faltar comida na mesa de casa; porque vez ou outra encontro um verbo vivo e dele não sei o que fazer. A carência fortifica a medida em que se percebe que o mais propício talvez seja procurar não a melhor palavra para se expressar, mas sim o melhor silêncio. O silêncio que é sólido. O silêncio que diz.
Mesmo nessa minha condição de homem-sem-assunto é difícil imaginar que emane de mim qualquer linguagem que não seja sonora, mas acho que a falta de palavras também é um idioma.
4 comentários:
Me lembrou Lispector: "Éramos tão jovens e não sabíamos ficar calados". O silêncio também é uma virtude. Mas, admito, não o compreendo muitos vezes e me incomodo, às vezes, com a condição de mulher-sem-assunto.
Bjos!!
Falou e disse,Raul!
Mas o fato é que seus textos de "canhota" estão fazendo falta no Manual. Eu só não vou cobrar mais porque sei que vem versão em áudio por aí... Ré,ré!
Falou e disse,Raul!
Mas o fato é que seus textos de "canhota" estão fazendo falta no Manual. Eu só não vou cobrar mais porque sei que vem versão em áudio por aí... Ré,ré!
Ferdi:
Fico muito feliz sabendo minha escrita te lembrou Lispector. Isso é mesmo um motivo de orgulho...
Alves:
Você sabe meu velho... vontade de escrever mais e sempre não falta. O tempo é que passa rápido demais...
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