sexta-feira, 27 de março de 2009

Estela, por mais essa janela insista em ficar fechada
meu choro é de fachada. não sou tão forte assim
eu meço o prejuízo de se falar a verdade
e prefiro mentir pra ninguém caçoar de mim
Estela, a vida é sempre bela dentro da televisão
mentiras e verdades disputam minha atenção
não fico muito atento aos conflitos do oriente
mas rezo todo dia pra quem está no paredão.
Estela, você não é mais aquela a quem eu pedi a mão
você não é aquela que um dia eu conheci
fala de tantos planos, mas segue vivendo em vão
faz pesar mais o fardo das coisas que eu aprendi.
Estela, você não vê novela pra não se tornar igual
e me diz que saber de tudo é viver em paz
e eu te copio em tudo, mas o máximo que eu posso
é amarrar os cadarços do jeito que você faz.
Estela, daqui da passarela te vejo na arquibancada
mas esse ano meu carnaval está tão ruim
você disse que a festa perdeu todo seu sentido
e não há mais sorriso em meu rosto de arlequim.
Estela, eu sei que a favela virou coisa de cinema
e a nossa vida hoje é mera representação
o tempo passa em nossa frente igualzinho a um filme
resta saber se é drama, comédia ou ficção.

2 comentários:

Alves disse...

Muito bom, Rauzito! Isso dá uma canção, heim!?

Abs

Alves disse...

Isso é uma canção!!

rrsrsrs