sábado, 1 de março de 2008
1973
Vereda Morta, o arraial, rua estreita só. As casinhas de um lado e do outro, divididas pela ruazinha de terra, parecendo leito seco de rio. No fundo, depois do pastinho, faz visão da vereda que dá o nome disso aqui. E a vereda é mesmo morta-assoreou, diz um doutor que veio aqui uma vez. Acalipal tomou conta. Planta que bebe rio, nascente, lagoa, o que há de água, toma! Bebe o mundo. Ali do lado da vereda tem o acalipal, do Seu Acácio Vianna. Foi esse que sumiu, esmilinguiu a aguinha da vereda daqui. Triste ver aqueles buritis tudo mortodefinhado, só as folha seca. Mas é fato, já se vê muito isso por essas bandas -as grandes matas de uma árvore só. Uma tristeza só, o capeta semeando sua colheita dele. A gente olha e entristece em calado. Aquela solidão verde a gente olha com olho de bicho do mato, sem saber oquê... Raposinha na encruzilhada. É um tempo diferente. Eu sinto muito isso, mas quase que nunca falo. Mas Anézia... Carinha dela, olhos de prestar atenção em tudo e em nada no mesmo demarcado de tempo. Reloginho de jabuticaba. Estas estórias que a gente não acredita, aqui tem muito. Tem Anézia. Tome assento, que lhe conto desta menina, que me salvou. Acredita? Salvou também Vereda Morta. Hum? O povo já se esqueceu. Eu nunca que esqueço. Menina santa-rainha, os olhinhos pretos. Tome assento.
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Um comentário:
Ave rosa!
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