“... Coisas de amor são finezas que se oferecem a qualquer um que saiba cultivá-las, distribuí-las, começando por querer que elas floresçam. E não se limitam ao jardinzinho particular de afetos que cobre a área de nossa vida particular: abrange terreno infinito, nas relações humanas, no país como entidade social carente de amor, no universo-mundo onde a voz do Papa soa como uma trompa longínqua, chamando o velho fraco, a mocinha feia, o homem sério, o faroleiro... todos que viram a banda passar, e por uns minutos se sentiram melhores. E se o que era doce acabou, depois que a banda passou, que venha outra banda, Chico, e que nunca uma banda como essa deixe de musicalizar a alma da gente.”
Carlos Drummond de Andrade Correio da Manhã, 14/10/66
O texto acima se encontra na íntegra no site de Chico Buarque. Pra quem ainda não viu, vale a pena dar uma passada lá e conferir. A primeira canção, fazendo surtir os primeiros efeitos. Talvez nem o próprio poeta, na sua “previsão do futuro” feita meio inconscientemente soubesse o que ainda estaria por vir trazido por Chico e sua boa música.
Selecionei a parte do texto que, na minha humilde opinião, é mágica, afinal, Drummond falando sobre Chico, parece até sonho.
3 comentários:
Olha, eu não conhecia o texto e, de fato, é emocionante. Não tinha como falhar, né? Uma "previsão de CDA não é qualquer previsão...
Bjos!
você tinha que ter visto a peça 'chico rosa'. pena que aconteceram apenas 2 apresentações na campanha de popularização do teatro. o cara que interpreta o chico tem a voz IDÊNTICA a dele. dá até medo. de qualquer forma, a figura se apresenta vez ou outra no vinnil... enfim.
Tinha uma banda no meio do caminho...
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