segunda-feira, 26 de março de 2007

O QUE VOU FAZER

Tudo que quero fazer depois desta canção
É quebrar meu violão
Jogar pro alto os mil pedaços do meu coração

Tudo que quero fazer depois desta canção
É não deixar nenhuma rima rimar no meu peito
E esquecer você, pode ser?

Quando tudo silenciar dentro de mim
O que vou fazer é dizer sim para o novo
O que vier depois de você
O fim

sexta-feira, 23 de março de 2007

SUPER BACANA!

Que beleza! O texto "1973" do Alves foi publicado na edição de ontem (22/03) no jornal "O TEMPO", na coluna blogdepapel.com

Agradecimentos especiais à nossa companheira Liliane Pelegrini, por estar colaborando tanto com a disseminação das boas palavras mantendo esse espaço cultural tão útil e valioso (valeu Lili!).

Para conferir o texto com o layout do jornal e perceber como o Alves está realmente ficando famoso, basta clicar aqui

E sinceramente, isso não é o máximo?

sexta-feira, 16 de março de 2007


Se faço um verso tardio
Que anula minha expressão
Sei que me torno vazio

Se faço um verso vazio
Que diz palavras em vão
Tento me enterrar no chão

quarta-feira, 14 de março de 2007

1 ano!


Hoje o Manual Cerebral completa 1 ano de vida. Exatamente numa tarde do dia 14 de Março do ano passado essa brincadeira aqui começava.

Tentaremos continuar mantendo o trabalho dessa tripulação que busca colaborar com a tentativa de difundir boas idéias por aí.

Em breve (e talvez mais breve do que vocês possam imaginar...) traremos surpresas boas para compartilhar com todo mundo.

Parabéns pra nós!

Até.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Correlações




Pesquisando sobre quem foi Paulo Freire e sua real importância para a educação popular no Brasil, sobretudo na proposta de alfabetização de adultos, descobri de cara que sobre sua obra havia um número maior de textos escritos em outras línguas do que em nossa própria língua.

Felizmente, essa parte triste da história foi compensada com a mais bonita das recompensas que me foram trazidas por essa humilde empreitada. Uma frase de Paulo que se tornou quase uma ideologia de vida:

"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."

Só a partir daí é fui entender porque Chico César, na excelente canção “Beradêro”, citava o nome do professor.

BERADÊRO

Os olhos tristes da fita
Rodando no gravador
Uma moça cosendo roupa
Com a linha do Equador

E a voz da Santa dizendo
O que é que eu tô fazendo
Cá em cima desse andor

A tinta pinta o asfalto
Enfeita a alma motorista
É a cor na cor da cidade
Batom no lábio nortista

O olhar vê tons tão sudestes
E o beijo que vós me nordestes
Arranha céu da boca paulista

Cadeiras elétricas da baiana
Sentença que o turista cheire
E os sem amor os sem teto
Os sem paixão sem alqueire

No peito dos sem peito uma seta
E a cigana analfabeta
Lendo a mão de Paulo Freire

A contenteza do triste
Tristezura do contente
Vozes de faca cortando
Como o riso da serpente
São sons de sins, não contudo
Pé quebrado verso mudo
Grito no hospital da gente

Iê iê iê, iê iê iê
Iê iê Iê, iê iê iê
Catulé do Rocha
Praça de guerra
Catulé do Rocha
Onde o homem bode berra

Bari bari bari
Tem uma bala no meu corpo
Bari bari bari
E não é bala de côco

São sons, são sons de sins
São sons, são sons de sins
São sons, são sons de sins

Não contudo
Pé quebrado, verso mudo
Grito no hospital da gente

Palavras para transbordar o coração...

quarta-feira, 7 de março de 2007

1973

Faz um tempo que escrevi este texto. Várias de suas partes acabei utilizando em vários escritos meus e até em alguns trechos da hq "Curva do Rio", publicada na última edição da Grafitti. A influência da prosa roseana nesta estória inacabada é evidente e intencional. Um exercício de mineiridade, uma brincadeira minha para celebrar meu escritor predileto. É isso aí.

1973

Não sou homem de chorar, nem de sorrir sem a justa causa. Gosto é dos descaminhos. Os avessos. Por isso dei de encostar aqui na Vereda Morta. O tempo passando translouco, ora passado, ora futuro. Diversas saudades, num só lugar. Pedacinhos da gente espalhados por toda parte, o arraial dando conta de tudo. Ou foi por conta do sorriso dela? Anézia. Quando ela se sorria, tudo se aquietava, eu parava num desexistir. Transe. Urubu solto no céu, os altos pensamentos. Agora clareio minha idéia, campeio meu juízo. Anézia... O sorriso dela. O dia que cheguei aqui na Vereda Morta ficou cravado na memória. Os cachorros dando seu alerta, as muitas caras curiosas, o silêncio escrito nos olhos do povo do lugar. Relembro. Um bichinho quis pousar em mim, desfez vôo e foi dar no ipê de frente a vendinha. Tudo mantendo a prudente e mineira distância. Dei de seguir aquele insetozinho, fiz caminho da venda. Vendinha comum, no trivial dos Gerais. Cerquinha de bambu, panelas, canecas, cabaças e uma placa da Coca-cola no alto da porta destoando do de-redor. Essas modernidades... Lá dentro um balcão já comido de cupim, e um velho por detrás -Seu Geraldo. Vi-nem-vi, já era tarde. Só Anézia cabia nos meus olhos. Sentada no cantinho da venda. Ela e o livro, os dois como um só. Mãozinha preta dela segurando o livro. Perdida naquele mundo, lia e se sorria. Foi aí que fiquei aqui, meu coração criou raiz. Agora lembro. 1973.

sexta-feira, 2 de março de 2007

das coisas que acontecem

Não sei quem ou o quê a trouxe até aqui
Ela carregava no corpo um rosa dos ventos
E perdi pra sempre a direção