terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Dra. Isabela

Os exatos 11 minutos de atraso para que ela chegasse à clínica certamente contribuíram para a transformação daquela visão em algum tipo de miragem.

(Ela entraria triunfante, deixando um rastro de beleza comovente. Era a dona do mundo, pelo menos pra mim, ou pelo menos do meu mundo).

Eu quisera estar ali novamente por tantos motivos depois da primeira vez, que não lembrava ao certo se as coisas que agora me moviam eram as mesmas de outrora.

A ansiedade e a alegria em saber que a veria de novo - mesmo que por um pequeno intervalo de tempo num dia de trabalho - já se confundiam, no entanto eu sabia que aquilo era só uma forma tímida de manifestação da minha esperança. Aquela esperança que viaja pelos campos do improvável e resiste; que se considera suscetível a participar da realidade, que dorme quietinha lá no fundo e eclode só em momentos como esse.

(Ela me conduziria outra vez).

Não fosse seu jeito suntuoso de se vestir, o jeito calmo de andar, a mansidão do olhar e a paz que sua voz carregava, não fosse isso minha atenção estaria voltada para outro lado. O lado pelo qual um paciente normalmente procura um médico: para se tratar, oras. De fato, foi esse o motivo do primeiro contato.

Nunca pensei que descobrir os milagres da dermatologia pudesse ser algo tão prazeroso e inspirador. A surpresa vinha para compensar o preço da consulta – pensei na primeira vez – e depois se somar ao prejuízo financeiro.

Dra. Isabela se mudou para o Recife há duas semanas. Fui seu primeiro paciente em 2007 e a consulta foi nosso último encontro. Ela me deu o telefone de duas amigas médicas com a mesma especialização, e já com voz de despedida disse que eu “estaria em boas mãos” depois que ela partisse. A vontade de dizer (gritando), como num filme, numa cena em câmera lenta: “Please, don’t go away!” veio na boca, tentou sair. Felizmente o conjunto de sensos e experiências que formam o caráter humano e denominam o conceito de ridículo me impediram de agir de tal forma.

Agora, que ela está longe pra caramba daqui, a solidão passou a vir de guarda-pó branco, passear pelas tardes dos meus domingos.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Ao vivo!

A transmissão é hoje mesmo galera! Alves estará a partir das 20:00 no programa Brasil da Gerais na Rede Minas! Confirmadíssimo! Não percam!

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Na tela da TV, no meio desse povo...

Vocês já devem ter percebido que o Alves anda meio sumido aqui do blog. Pois é, o sujeito ficou famoso, milionário, podre de rico e sumiu no mundo. Agora a gente só vê o cara na televisão. O mundo da voltas né... he he

Falando sério: Ele vai estar no programa Brasil das Gerais, da Rede Minas, que será gravado nesta 2ª feira dia 15/01/07. As discussões serão a respeito de charges e o programa contará com a presença de chargistas de renome. O dia da exibição ainda não sei, mas quando souber aviso aqui.

Até...

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007


Ontem, mais três militares americanos morreram em confrontos ocorridos em Bagdá e arredores. Com isso, o mês de dezembro configura-se como o mais sangrento de 2006 para os militares dos EUA no Iraque, com 106 mortos. Desde o início da guerra, em março de 2003, o total de militares americanos mortos no país do Golfo Pérsico já alcança 2.993. (29/12/2006)

Ontem, Saddam Hussein foi enforcado por volta das 6 horas em Bagdá. Com isso, mais uma medida tomada pela lei em prol do estabelecimento da justiça foi publicada para o mundo.
Ontem, mais uma vez a palavra morte ecoou no ocidente para nos lembrar que a guerra no oriente até hoje não terminou.

Ontem, a catarse que efetivamente causou alívio ao coração de uns muitos esteve longe de proporcionar a paz a quem demasiadamente necessita.

Ontem, a Organização das Nações Unidas - uma instituição internacional formada por 192 Estados soberanos, fundada após a 2ª Guerra Mundial para manter a paz e a segurança no mundo, fomentar relações cordiais entre as nações, promover progresso social, melhores padrões de vida e direitos humanos – mais uma vez não contribuiu com absolutamente nada para que o terrorismo no mundo matasse menos inocentes.

Hoje amanheceu de novo no Brasil e tudo era verde. Não havia cheiro de fumaça, nem barulho de bombas, nem mísseis cruzando o céu de madrugada, nem crianças mortas ou mulheres chorando. Já haviam desligado a TV. E ninguém mais se lembrava de ontem.

Se o tempo é linear, como pode o ontem nada interferir no hoje?