terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Certas canções...

Raul fez uma música belíssima outro dia, vejam como ela foi traduzida em versos...

Tema em Sol Maior

Foi aquela saudade
Que morava no preto dos olhos dela
Que se mudou aqui pra dentro do meu peito
E fez correr meu coração pelo mundo
(Meu coração errante errou mais uma vez a direção?)
Foi a lágrima solitária que ela deixou cair
Que me fez mergulhar na correnteza dos seus sentimentos
E nunca mais voltar à tona
Sumir

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Sonho bom


“... Coisas de amor são finezas que se oferecem a qualquer um que saiba cultivá-las, distribuí-las, começando por querer que elas floresçam. E não se limitam ao jardinzinho particular de afetos que cobre a área de nossa vida particular: abrange terreno infinito, nas relações humanas, no país como entidade social carente de amor, no universo-mundo onde a voz do Papa soa como uma trompa longínqua, chamando o velho fraco, a mocinha feia, o homem sério, o faroleiro... todos que viram a banda passar, e por uns minutos se sentiram melhores. E se o que era doce acabou, depois que a banda passou, que venha outra banda, Chico, e que nunca uma banda como essa deixe de musicalizar a alma da gente.”

Carlos Drummond de Andrade Correio da Manhã, 14/10/66

O texto acima se encontra na íntegra no site de Chico Buarque. Pra quem ainda não viu, vale a pena dar uma passada lá e conferir. A primeira canção, fazendo surtir os primeiros efeitos. Talvez nem o próprio poeta, na sua “previsão do futuro” feita meio inconscientemente soubesse o que ainda estaria por vir trazido por Chico e sua boa música.

Selecionei a parte do texto que, na minha humilde opinião, é mágica, afinal, Drummond falando sobre Chico, parece até sonho.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Notícias de Terras não civilizadas II



Como diz a letra da música “ê batumaré”, de Hebert Vianna, é sempre bom voltar. Bem, como bom representante do proletariado que sou, passei as minhas férias trabalhando, desenhando principalmente. Mas nada que me impedisse de capinar o quintal lá de casa, função que exerci feliz e cantando canções da moda, nunca esquecendo de agradecer a cada novo calo estourado nas mãos. Confesso que estava ansioso para voltar a escrever aqui no blog, saudadezinha que mato agora.
Começo respondendo aos comentários sobre o fato de ter sido convidado a falar e fazer quadrinhos ao vivo no “Brasil das Gerais”. Antes queria registrar aqui que já não consigo andar sossegado na rua sem que uma multidão de garotas no cio, querendo sangue e outros líquidos dementes que meu corpo produz tão bem, saia em minha caça pelas ruas da cidade. Tudo por culpa da fama repentina. Sigo as rígidas normas da disciplina inglesa e atendo uma dama por vez.
É essa a minha vida de “popstar”, Rauzito... Eh,eh, quanta bobagem...
Foi interessante participar do programa, desenhar e principalmente ver o Welligton Sberk com a bunda sobre aquele monte de diplomas tirando onda e choramingando ao mesmo tempo. Pode isso? Seria um pavão com síndrome de inhambu? O cara me lembra o FHC que o Millôr Fernandes registrou tão bem em “Crítica da Razão Impura”. É a vaidade materializada, um chato. Pode parecer picuinha, mas essa é a minha visão do camarada. Quanto a sua obra, apesar de ser um bom quadrinho “Estórias Gerais”, que o saudoso Flávio Colin salvou magistralmente com seu traço único, para mim é uma mistura de “Grande Sertão: Veredas” e “Meu tio o Iauaretê” de Guimarães Rosa transcrita para os quadrinhos, e nada Mais.
O bom velho e sempre lúcido Nilson mandou muito bem, apesar daquele papo de cheirinho de revista, fanzine xerocado... Acredito que daqui pra frente cada vez mais os fanzines vão surgir virtualmente, isso não tem como parar. A internet é um ótimo espaço para experimentações, é o caminho para quem não tem espaço nas bancas de jornal.
Quanto ao grande Cláudio Gomes, que trabalha com divulgação, desenho e roteiros de mangás e que também é um futuro Geógrafo (estudamos geomorfologia juntos ano passado), já havia falado pra ele o que acho deste tipo de quadrinho. Apesar de existirem vários artistas que fazem mangás, eu tenho sempre a mesma impressão de que quem desenha tudo é o mesmo cara...
No que diz respeito a minha pessoa , lá em casa me disseram que eu não parava de me balançar naquela cadeira que me arrumaram. Também o que queriam? Aquelas cadeiras são feitas pra isso, não? E a mania que tenho de desenhar com a língua pra fora, tipo o cebolinha bolando seus planos infalíveis? Foi um custo me conter diante das câmeras. Maldito Maurício de Sousa, sua influência em mim vai além do traço.
Quanto a minha “experiência antropológica” (como diz a Liliane) de conviver com a Roberta Zampetti, foi tranqüila. A gente teve muito pouco tempo pra conversar, mas fiquei com uma boa impressão. Ela tava bastante nervosa no dia, disse que era o primeiro programa ao vivo depois das férias, mas acho levou bem o programa. Agora fiquei curioso em saber da “experiência antropológica” da Liliane com a Roberta. Quem estiver de acordo levanta as mãos e bate palma!!! Pode abrir o jogo garota, eh,eh.
Bom pessoal acho que já falei por demais, encerro esse post dizendo que o desenho (feito nas férias) acima foi premiado em 1º Lugar na categoria quadrinhos na 2º Mostra Nacional de Humor de Varginha. Agora sou um cartunista intergalático!!
Abração!
[A postagem acima é de autoria do Alves. Eu apenas fiz o trabalho de publicação devido ao fato da conexão com a internet na minha sala ser melhor do que a da sala dele]